Los Angeles

Ela assentiu levemente.

- O Taylor já me contou. - disse simplesmente e continuou a passar as mãos pelo cabelo de Dianna enquanto ela dormia. - Quererias esta criança, se não tivesse acontecido nada? - perguntou.

A mãe de Dianna tinha uma necessidade de saber o que Christian sentia verdadeiramente. Precisava de saber que a filha estava bem entregue e que, no caso de engravidar outra vez, o filho seria bem aceite. Haviam probabilidades de Di nunca mais poder ter filhos, o que deixava a sua mãe um pouco em baixo. Queria ser avô, claro, e sabia o desejo que Dianna tinha em ser mãe, via-o sempre que ela tomava conta dos irmãos como se se tratassem dos seus filhos. Se era cedo? Dianna tinha o direito de decidir a sua vida e a mãe tinha certezas de que, se aquela gravidez tivessse continuado, a filha iria tomar bem conta da criança e tratar dela com todo o amor e carinho, não ia fazer como muitas da sua idade que entregam os filhos aos pais para ir sair.

Olhou para Christian.

- Não te martirizes. Ela, certamente, tinha consciência do que se estava a meter. E, quando ela estiver preparada, pode ser que consiga voltar a engravidar. - abanou ligeiramente a cabeça. - Há uma certa probabilidade de ela não o conseguir fazer no futuro, mas é a primeira vez que ela sofre algo assim, portanto a probabilidade diminui. - continuou a acariciar os cabelos loiros e curtos - Ela está quase a fazer vinte anos, já*. E vocês ainda são jovens, têm a vida toda pela frente. - sorriu levemente. - Vocês vão ultrapassar isto. - conclui baixinho.

A mãe de Di sorriu levemente e olhou o rapaz.

- O quê? - perguntou baixo, alcançando um cobertor. Levantou-se e foi entregá-lo ao rapaz e virou-se para Taylor. - Se quiser pode trazer um sofá do gabinete em frente. - declarou e voltou a sentar-se junto à filha.

- Diz querida... - ouvi a voz da minha mãe junto a mim.

- Tenho sede. - murmurei. - E dores na perna. - queixei-me.

- Estás com as pernas pisadas, é normal. Os medicamentos farão efeitos, não te preocupes. - disse-me baixinho e eu assenti. - Toma a água. - ajudou-me a levantar a cabeça e, enquanto eu bebia água, o meu olhar cruzou-se com o de Christian.

Vi a minha mãe olhar para Christian.

- As dores podem durar alguns meses. Tudo pode depender do psicológico dela, também. - olhou para mim novamente e dirigiu-me um pequeno sorriso. - Mas vai ficar tudo bem, não é Di? Tu aguentas isto... - passou-me as mãos pelo cabelo. - Tu aguentas tanta coisa. - acrescentou baixinho, só para mim.

Suspirei e engoli em seco, desviando o olhar para a janela.

- Quero os meus irmãos. - disse baixinho e vi a minha mãe assentir levemente e pegar no telemóvel.

- Trago-os cá assim que sairem do infantário, sim? - assenti levemente. - Vou buscar os medicamentos e algo para vocês comerem. Até já. - deu-me um beijo na testa e abandonou o quarto.

Abanei a cabeça para Christian e a minha mãe fez o mesmo, aproximando-se de mim com a comida que me era destinada. Sentou-se ao meu lado na cama, pousou o prato na mesa e ajudou-me a sentir e, depois, a comer, visto que eu não tinha forças suficientes para o fazer sozinha.

- Estou a ficar com a cabeça pesada e... - não consegui acabar porque deu-me um dor aguda que me fez perder os sentidos.