Los Angeles

- Di, tu corres perigo. A tua vida corre imenso perigo, e não estou a brincar - Disse-lhe bastante sério, levantando-me de seguida. Revirei os olhos e aproximei-me da porta quando bateram na mesma. Espreitei e vi que era o nosso jantar. Deixei que entrassem e assim que saiu, tranquei a porta

Revirei os olhos.
- Por causa de uma gaja que levaste para a cama? Tu estás a gozar com a minha cara, certo? - resmunguei.

- Tu achas que eu estou a brincar?! Eu não estou de forma alguma a brincar, Di. Estou a falar muito a sério. Ela endoideceu, e tu não fazes a menor ideia das coisas que ela é capaz. Eu estou a falar muito a sério - Disse-lhe num tom sério e um pouco irritado

Revirei os olhos perante o tom de voz dele.
- Eu não tenho absolutamente nada contigo, Christian. Ela não tem razões para me fazer seja o que for. - resmunguei.

- Oh sim, tem pois. Tu não fazes ideia, mesmo - Abanei a cabeça e servi-nos - Anda, vem jantar

Levantei-me e sentei-me na mesa, à sua frente.
- E tem o quê? Nós já não temos nada. - disse baixo.

- Não é bem assim. - Respondi apenas, começando depois a comer calmamente. Olhava a comida só para não ter de a encarar e dizer frases simples como a que tinha acabado de proferir ainda agora.

Revirei os olhos e comecei a comer. Estava realmente bom.
Olhei para as horas rapidamente.
- Depois tenho que ir para casa. - disse para interromper todo aquele silêncio.

- Eu sei, eu levo-te - Afirmei ainda sem a olhar. Apreciar comida com os olhos não era o meu passatempo preferido, mas o ambiente ali estava cada vez mais... Estranho. Não ia permitir que ela recusasse, portanto... Continuei a comer calmamente, bebendo de vez em quando aquele excelente vinho.

Revirei os olhos.
- É no meu carro que estamos. Depois vais voltar a pé, é? - resmunguei.

- Não te preocupes, eu volto de táxi - Afirmei agora olhando-a por escassos segundos. Continuei a comer e quebrei o silêncio pouco depois.
- Gostas da comida? E do vinho?

Encolhi os ombros.
- Qualquer coisa me servia, mas sim. - acabei por dizer para lhe responder à pergunta.

Suspirei. Um "Ah sim, a comida está deliciosa, obrigado" não caía mal, mas sempre é melhor que absolutamente nada.
- Ainda bem que gostas. - Afirmei, continuando a comer. Assim que passado uns momentos terminámos o jantar, coloquei as nossas sobremesas na mesa, dando-lhe a colher. Começámos a comer igualmente calados.

- Obrigada. - disse por me ter chegado a sobremesa e a colher. Comecei a comer, sem o olhar. Quando acabei, encostei-me na cadeira.

- De nada... - Apenas disse, continuando a comer. Assim que terminámos, voltei a pôr as coisas no carrinho, colocando-o a um canto. Suspirei e olhei pela janela - Quando quiseres ir, é só dizeres.

Olhei para ele e mordi o interior da bochecha, assentindo levemente.
God, queria tanto estar com ele, mesmo depois de tudo.

Eu, bem la no fundo, queria falar. Queria mandar os sentimentos cá para fora. Estava com eles atravessados na garganta, muito bem entalados. Permaneci à janela, olhando a cidade cintilante em frente a mim. Suspirei pesadamente e deixei-me cair no chão, ficando sentado no mesmo. Queria falar, mas não sabia como.

Ele sentou-se no chão e eu suspirei. Levantei-me e fechei a cortina, sentando-me a seu lado.
Ganhei coragem e levei uma mão à sua cara, fiz com que olhasse para mim e finalmente beijei-o.

Mantive-me calado e cabisbaixo quando a senti aproximar-se. Mordi o lábio e suspirei baixinho. Olhei-a quando se abaixou e se sentou ao meu lado. Olhei-a nos olhos quando senti o toque da sua mão na minha face, e fiquei surpreendido quando me beijou. Como eu tinha saudades do seu toque, dos seus beijos... Como eu tinha saudades dela. Aprofundei o beijo com todo o carinho e puxei-a ligeiramente para mais perto de mim. Quando o beijo cessou, abracei-a e escondi o meu rosto no seu pescoço.
- Eu sei que o que eu fiz não tem perdão, eu tenho noção disso. Não sei o que me deu para ter feito o que fiz. Eu sei, foi horrível, não tem remédio. Mas bolas, eu amo-te Di. És a única pessoa neste mundo que eu amo. Eu nunca amei ninguém, eu não sei ao certo o que é o amor. E isto assusta-me, bastante. Não sinto que seja digno de ser amado. E acabo por fazer coisas que só os grandes monstros fazem. E eu tenho tanto medo de te perder, Di. Eu amo-te. - Murmurei baixinho, apertando o abraço.

Permaneci de olhos fechados quando me abraçou e engoli em seco com as suas palavras.
- Não sei porque fiz isto. - disse baixo e sinceramente. - Mas não fales agora. - pedi. - Isto está a saber bem. - murmurei, apertando-o contra mim.

- Desculpa.. - murmurei apenas mais uma vez, calando-me depois, deixando-me ficar abraçado a ela. De vez em quando, dava-lhe beijinhos carinhosos, no seu pescoço e na sua bochecha.

Fechei os olhos e encostei a cabeça ao seu ombro.
- Obrigada por teres vindo atrás de mim. - disse baixo.

- Eu irei sempre atrás de ti, nem que para isso eu tenha de voar por todo o país.. - Murmurei, mantendo-me bem abraçado a ela

Engoli em seco.
- Corro mesmo perigo? - perguntei baixinho.

Suspirei pesadamente e mordi o lábio.
- Sim, muito...