Quarto do Christian e da Dianna

Engoli em seco.
- Bebe. Por favor. Vais ter sono. - confidenciei, beijando a sua testa. Tinha colocado um calmante no chá, mas ele não precisava de saber. - Fá-lo por mim. - pedi.

Quando me pediu para o fazer por ela suspirei e lá peguei na chávena. Fiquei a olhar o chá e mordi o lábio. - Desculpa, amor. - Pedi baixinho. Tecnicamente já tinha passado da meia noite quando me deram a notícia, mas para mim ainda era o seu aniversário...

Abanei a cabeça.
- Está tudo bem. Bebe. - disse-lhe baixinho.
Levantei-me da cama para despir o vestido e vesti a camisa de dormir depois de tomar um duche rápido o suficiente para voltar para junto dele enquanto ele ainda bebia o chá.
Apaguei as luzes e liguei a lareira, deixando os candeeiros da mesinha de cabeceira igualmente acesos. Sentei-me a seu lado e cobri-me, pegando na minha chávena.
Bebi o chá e depois esperei que se deitasse, colocando a sua cabeça no meu colo. Fiquei a mexer-lhe no cabelo.

Comecei então a beber o chá, bem devagar. Tão devagar que quando ela voltou, eu só tinha bebido mais dois ou três goles. Depois pousei a chávena na mesa de cabeceira e deitei a cabeça no seu colo. - Di... - Disse baixinho e rapidamente comecei a chorar. Escondi a cara, colocando as mãos sobre a mesma e abafei uns gritos que tendiam em sair. Eu estava a tremer, parecia uma criança perdida e horrorizada.

Engoli em seco e passei as mãos pela sua cara.
- Shhhh... - disse-lhe baixinho e acabei por me deitar a seu lado, dando-lhe beijinhos nas bochechas. - Fecha os olhos. Vai ficar tudo bem. Prometo-te. - continuei no mesmo tom, dando-lhe miminhos.

Abracei-a com força quando se deitou a meu lado e continuei a chorar, desalmadamente. - Porque é que ela fez isto? - Perguntei num tom mais alto do que aquele que eu queria realmente e voltei a esconder a cara. - És tudo o que tenho neste momento. - Murmurei entre soluços, continuando naquele choro desesperante, que despedaçava qualquer coração que apreciasse.

Suspirei baixinho e mexi-lhe no cabelo.
- Vais ter mais alguém. Futuramente. - mexi-lhe no cabelo. - Quando quiseres... Podemos tentar ter um bebé. - disse-lhe baixinho com um sorriso pequenino.
Beijei a sua bochecha carinhosamente.
- A minha família é tua também. E tens o Tay. Ele é quase um irmão mais velho para ti. - toquei-lhe na bochecha.

Sempre que falávamos em bebés eu acalmava sempre, mesmo que estivesse furioso, ou mesmo que estivesse como estou. - Eu sempre quis ser pai... - Disse baixinho. - E farei de tudo para que a gravidez corra bem, irei cuidar muito bem de vocês. - Murmurei e depois assenti. - Eu sei... - Limpei as lágrimas e mordi o lábio.

Estremeci ao recordar rapidamente o que se tinha passado à uns tempos. Mas rapidamente esbocei um pequeno sorriso ao imaginar um menino ou uma menina pequenina a correr atrás da Olive, a gargalhar. Suspirei e assenti.
- Talvez devesses dormir noutro quarto, hoje... - Murmurei, acabando por fechar os olhos. Não ia ser uma boa noite com certeza.

Abri um pouquinho os olhos quando começou a falar e sorri docemente ao ouvir o que disse, acabando por suspirar. - Eu também te amo muito, Dianna Heron, futura Senhorita Grey - Murmurei com um sorriso nos lábios e suspirei quando falou em acordar. - Eu vou passar a noite a acordar.. - Disse baixo, sentindo-me sonolento.

Sorri-lhe também e depois encolhi os ombros.
- Não tem problema. Eu vou estar aqui. - repeti.

- Está bem... - Murmurei, já muito sonolento, e acabei por adormecer. As primeiras duas horas, apesar de eu me mexer muito, não foram más. O pior começou a partir daí, quando eu comecei a ter pesadelos a remexer-me vezes e vezes sem conta na cama, acordando estremenhado e chamando pela minha mãe. Foi assim até de manhã, que eu decidi não voltar a dormir mais. Não o queria voltar a fazer. E só de pensar que tenho de tratar das coisas do funeral...

Durante a noite, acordei inúmeras vezes, consolando Christian sempre que ele fazia o mesmo. Quando acordou pela última vez, sentei-me na cama e virei-me para ele.
- Eii, volta a dormir, Chris. Vou fazer algo para comeres, sim? - perguntei-lhe baixinho.

- Não quero dormir mais, já chega. - Quase que pedinchei. Já estava farto daquilo, mesmo de só ter conseguido dormir bem durante as suas primeiras horas. Doía-me a cabeça, e parecia estar num estado bastante febril. Suspirei e encolhi os ombros. - Não me apetece, mas pronto, pode ser...

Acenei positivamente com a cabeça e assim que a Olive subiu para a cama eu peguei nela ao colo e fui-lhe fazendo festinhas e brincando com ela. Fui olhando de vez em quando para a televisão, vendo o filme que estava a dar. Tentei ao máximo não me lembrar do que estava a acontecer, não queria chorar mais, já estava a ficar doente e eu odeio isso. Mordi o lábio e olhei depois para a porta, vendo Di entrar. Observei-a e depois olhei para os comprimidos. Peguei neles quando mos entregou e fiquei alguns segundos a olhá-los. Peguei depois, com a outra mão, num copo de água e tomei-os rapidamente.

Observei-o a tomar os comprimidos.
- Espero que te sintas melhor com isso. - disse-lhe baixo e sentei-me na cama, dando o beijinho na sua bochecha. - Toma o pequeno almoço.

Suspirei e olhei para o pequeno-almoço. Não me apetecia nada come. Acabei por pegar no que ela me havia preparado e lá comecer a comer, sem grande vontade para tal. Suspirei e depois parei de comer, ficando a olhar para baixo, calado.

Toquei-lhe no queixo.
- Christian Grey, come por favor. - pedi-lhe.

Suspirei e pousei aquilo que tinha na mão, na mesa de cabeceira. Depois encolhi as pernas e encostei a testa nos joelhos e comecei novamente a chorar. Eu nunca tinha estado tanto tempo a chorar. Eu odeio chorar, nunca gostei.

Engoli em seco e abracei-o, encostando a cara às suas costas.
- Christian, por favor colabora. Eu não sei o que fazer. - disse baixinho.

- Sinto-me tão perdido. Não sei... Eu não estava muito tempo com a minha mãe ultimamente, e... Ai não sei... Não consigo nem estou a lidar bem com isto. E odeio estar assim. Eu nunca choro, eu odeio chorar... Desculpa. - Murmurei limpando as lágrimas apressadamente. Depois abracei-a com força e carinho.

Abracei-o contra mim e beijei-lhe o cimo da cabeça.
- Está tudo bem. - disse-lhe baixinho. - É tua mãe, é normal estares assim. - acariciei as suas costas. - Tenta descansar, por favor.