[Andar de Cima] - Quarto de Hóspedes (2)

Acabei por acordar e suspirei com uma terrível dor de cabeça.
Tentei levantar-me mas as minhas mãos estavam presas em algo, olhei em redor e apercebi-me que não estava em nenhum quarto ou lugar da minha casa, fiquei assustada e comecei a gritar feita louca ignorando a dor de cabeça que me devorava. - Soltem-me, eu juro que vos mato seja quem for! não tenho medo de nada nem de ninguém - Tentei ao máximo intimidar mesmo sabendo que seria um total fail.

Assim que acordei, fui logo tomar um bom banho e vestir qualquer coisa de muito leve. Uns boxers e uma t-shirt. Depois pus-me a trabalhar num projeto qualquer, quando comecei a ouvir uns gritos, lá de cima. Revirei os olhos e tirei os óculos. Pousei tudo na pequena mesa da sala de estar e suspirei. Já tinha acordado. Subi até lá em cima e entrei no quarto. - Escusas de gritar. Ninguém te vai ouvir. - revirei os olhos.

- Eu lembro-me de ti... tu eras aquele rapaz do bar - Disse-lhe dolorosamente com a enxaqueca cada vez mais forte. Tentei desprender-me, em vão. - Tira-me daqui, o que pensas que estás a fazer? se queres companhia compra um cão.- Gritei-lhe

Voltei a revirar-me e estava pronto para virar costas e ir-me embora quando.. - Vê se te calas. - pedi num tom neutro e bastante secante. - Tens fome? Se não tiveres, então posso ir-me embora.

- Eu quero é que tu vás para o inferno seu filho da - Interrompi as palavras devido à dor que causava quando gritava. Suspirei a minha raiva e disse num tom mais suave e calmo : - Se é dinheiro que queres, vai à minha mala, está lá dinheiro e as chaves do carro. Deixa-me ir embora!

Sentei-me na cama, bem ao seu lado e encarei-a, com um ar bem descontraído. Só havia uma coisa que eu queria daquela rapariga, mas logo, logo, eu tratava daquilo. - Tomas a pílula? - perguntei, ignorando tudo o resto.

- óbvio, porquê? porque raios isso te interessa? - Perguntei-lhe. - Sai daqui - Tentei expulsá-lo da cama com pontapés.

Hum.. aquilo seria um grande problema, para continuar o meu plano. Fui até à sua pequena bolsa e procurei a caixa com as pílulas. Mais valia destrui-las agora. - Por nada. Quando tiveres fome, grita. - gozei e seguidamente saí do quarto.

 encerrado.

Era preciso ter lata. - Quando sair daqui bem podes rezar que tenha piedade contigo, és um louco filho da mãe - Disse-lhe num tom alto. Tentei novamente desprender-me dali mas as correntes eram fortes demais para mim.

- Chris! - Gritei-lhe o mais forte que pude e esperei até ele subir novamente.

Antes, passei pela casa de banho, para deitar as pílulas pelo vazo sanitário a baixo. Assim que voltei ao quarto, encostei-me à porta e cruzei os braços ao peito. - Sim? O que foi? - ergui o sobreolho. - Já tens fome?

- Também..., mas estou aflita para ir fazer xixi tens que me deixar ir à casa de banho, por favor! - Tentei relaxar o máximo que pude, mesmo não sabendo as suas intenções nem o seu nível de loucura.

Fiz uma careta e antes de fazer qualquer coisa, fui trancar o quarto. Felizmente trouxera comigo, a minha pistola. Estava bem escondida nas minhas costas e presas aos boxers. Ela continuaria com as mãos acorrentadas, mesmo que tirasse as correntes da cama. E assim o fiz.  -  A casa de banho do quarto está disponível. Tens 5 minutos.. - sorri abertamente.

Entrei então na casa de banho, não como eu planeava, não sabia o que fazer e tinha o tempo controlado. Decidi despejar a descarga para que ele pensasse que estava a fazer as minhas necessidades, e logo de seguida liguei a torneira do lava mãos e tentei ensopá-las de modo a que escorregassem melhor por entre as correntes. Fiz bastante força até conseguir libertar uma mão e reparei que o tempo tinha passado bastante rapidamente, então deixei-me assim. Coloquei a corrente novamente à volta da minha mão mas sem apertar de forma a conseguir tirá-la depois quando ele fosse embora. - Já está... - Disse-lhe um pouco nervosa.

Estive o tempo todo, à espreita, pelo buraco da fechadura. Oh sim, eu já conhecia aquele velho truque. Pena é que nenhuma das raparigas, sobrevivera para contar a história. Assim que me apercebi que ela iria sair da casa de banho, afastei-me encostei-me à porta. Depois puxei-a para a cama e voltei a acorrentá-la à cama. Virei costas e fui-me embora, sem trancar o quarto. Um sorriso malicioso, apareceu-me nos lábios.

encerrado.

- foda-se - Disse para mim mesma. Ele era demasiado esperto neste tipo de coisas e eu apenas uma amadora a tentar escapulir daqui. Eu tinha que planear algo urgentemente para sair dali.

Dei-lhes umas quantas horas, para a ver sair do quarto, mas estupidamente, ela não saiu. Se calhar, apercebera-se de que eu sabia o que ela planejava. Quando se aproximou a hora do almoço, aproveitei para fazer alguma um pouco elaborada. Afinal, se a queria ela me desse um filho, ela tinha-se que alimentar bem. Depois coloquei tudo num tabuleiro e subi até ao quarto.

Estava quase a cair no sono até ouvir passos a subirem as escadas, rapidamente ajeitei-me e preparei-me mentalmente com o que estava para vir, nunca se sabe o que ocorre na cabeça daquele louco demente.

Abri a porta, com cuidado, para não deitar nada a abaixo e coloquei o tabuleiro pousado no fundo da cama. Inclinei-me sobre ela e tirei-lhe as correntes. Com ou sem correntes, ela nunca iria sair dali, por isso.. Além disso, eu estava sempre preparado, caso ela tentasse algo contra mim - Tens aí o teu almoço. - Sentei-me na cama e esperei que ela comesse.

Admirei-me por ele ter.me desprendido, ao menos já me sentia mais confortável. Recusei a comida que ele me ofereceu mas acabei por beber o copo de agua.

- Como queiras. - revirei os olhos, quando ela se recusou a comer. Eu era doido, mas não o suficiente para lhe envenenar a comida. E mais cedo ou mais tarde, ela teria de comer. Nem que fosse obrigada a fazê-lo. Levantei-me e fui-me embora do quarto.

encerrado.

Levantei-me da cama e espreguicei-me fazia um tempão que não me levantava desde a ida ao wc. Tentei procurar rapidamente por algo cortante ou algo que me desse jeito. Peguei na jarra que estava na mesa de cabeceira e não hesitei em mandá-la contra o vidro, mas nada aconteceu. Foi então que peguei um pedaço da jarra partida e guardei nas costas agarrada às cuecas e esperei que ele subisse.

July, o meu tigre, acabou por ir fazer companhia. Assim que vi que já se passavam imenso, desde que lhe fora meter o tabuleiro, subi até ao andar de cima. A July aproveitou e foi atrás de mim. - Não comeste nada. - revirei os olhos.

Saltei imediatamente para cima da cama mal vi um tigre a entrar mas tentei não entrar em pânico se não lá se ia o plano. - July? Sério? se calhar está com fome... - Disse-lhe, e de seguida mandei a febra que estava no tabuleiro pro tigre, enquanto o tigre estava entretido lá com a carne aproximei-me de Chris um pouco nervosa.