Exterior - Jardins

Passaram-se dois meses depois do dia em que partira o braço e este já estava bem. Já não tinha gesso e deixara de ter que pôr pomada nas minhas costas e nas pernas, tendo as pisaduras já desaparecido.
Christian, um mês depois desse dia, começara a agir de forma um bocado estranha e via que ele se continha para dizer ou fazer algo, mas depois acabava por controlar-se.
Acabei por acordar cedo, um bocado inquieta, e levantei-me da cama, vestindo um robe; saí do quarto e dirigi-me aos jardins, passeando por entre o labirinto que os arbustos formavam.

Já se tinham passado dois meses desde aquele dia horrível. Apesar de os ter passado sempre com Di na minha casa, não tinham sido tão divertidos quanto isso. Enquanto Di recuperava, é lógico que não podíamos brincar sequer. Mas mesmo depois da sua recuperação, basicamente não fazíamos nada. E eu andava a dar em doido, pois sendo como sou, o sexo para mim é quase uma necessidade básica. Quando acordei, Di não estava na cama ao meu lado. Depois de vestir umas calças de fato de treino, desci e fui procurá-la. Enquanto descia, olhei pela janela e reparei que ela estava nos jardins. Fui ter com ela, silenciosamente - Bom dia..

Estava a passear os dedos pelas pequenas folhas, distraída, quando a voz de Chris se fez ouvir. Dei um pequeno salto, assustada.
- Bom dia. - cumprimentei-o com um sorriso.

- Desculpa, não era minha intenção assustar-te - afirmei, esboçando um pequeno sorriso ao ver o seu.
- Está tudo bem? Acordaste cedo hoje - Apenas disse, num tom neutro. O tom que eu uso nos últimos tempos.

Assenti levemente.
- Não ando a dormir bem. - encolhi os ombros e virei-me para ele. - Podes explicar-me o porquê de me falares assim, por favor?

- Porquê? - Questionei, quando ao sono.
Suspirei ao ouvir a sua pergunta e desviei o olhar - Assim como? Eu estou a falar normal - Apenas disse, sem a olhar

- Não sei. Sonho com carros a passar a alta velocidade comigo no meio. Coisas assim.
Revirei os olhos.
- Nenhuma forma, Christian. Nenhuma forma. - resmunguei e andei para mais perto da casa.

- Estranho - Comentei apenas, franzindo o sobrolho ao vê-la afastar-se. Deixei-me ficar onde estava e revirei os olhos discretamente.
- Se queres tanto que eu te diga o que é que eu tenho, eu digo - Disse alto para que ouvisse, encolhendo os ombros

Virei-me para trás e levantei os braços.
- Então diz, porra. - pedi num resmungo.

- Tu sabes bem como eu sou, sabes bem o que me falta - Resmunguei também enquanto a olhava

Abanei a cabeça.
- Sexo violento? É isso que tu queres? - aproximei-me dois passos apenas.

- Eu preciso de sexo, Di. Tu sabes como eu sou, sempre soubeste. Não me interessa se é violento ou não, mas eu preciso de sexo - Refilei enquanto me aproximava rapidamente dela, puxando-a depois rapidamente contra o meu corpo

Tentei afastar-me quando me puxou para si, tão rapidamente que até me doeu as costas, por tentar afastar-me.
- Larga-me. - pedi baixo.

- Porquê? - Perguntei baixinho, começando a beijar o seu pescoço enquanto a despia à pressa

Premi os lábios um contra o outro quando me começou a despir.
- Porque eu te estou a pedir, Christian. - disse com uma voz fria.

- Eu estive sempre lá para ti quando tu precisaste, não me faças isto Dianna. Eu preciso de ti - Murmurei ao seu ouvido, terminando de despi-la. Rapidamente a deitei no chão, colocando-me sobre ela. Massajei o seu sexo enquanto lambia e mordiscava o seu mamilo

Fechei os olhos com força e gemi de dor quando ele quase me atirou ao chão e me magoei nas costas com um pau que para ali andava.
- Pára! - pedi, com a voz a vacilar.

Simplesmente ignorei o que ela disse e continuei, baixando um pouco as calças e os boxers. Sem grandes demoras penetrei-a, rapidamente, começando logo com investidas profundas e um pouco brutas

Fechei os olhos com mais força. Aquilo era considerada uma violação, certo? Eu não queria aquilo e ele...
Perdi por completo o controlo das lágrimas quando entrou em mim de forma bruta, tentei fechar as pernas, sem muito sucesso.
O ponto fraco dele... As costas... Ataca, Dianna! ordenou a vozinha na minha cabeça.
Sem saber bem como, ergui as mãos e espetei as unhas com força nas suas costas, ainda de olhos fechados e com as lágrimas a escorrerem-me na cara. Não sabia se aquilo o faria parar ou continuar ainda mais.

Arregalei os olhos quando ela me espetou as unhas nas costas. Isso deixou-me estupidamente e incrivelmente furioso. Peguei nos seus braços, segurando depois as suas mãos acima da sua cabeça, com força, enquanto continuava.
Só minutos depois é que me apercebi do que estava realmente a fazer. Parei de repente, olhando para o rosto de sofrimento que ela tinha. Saí de dentro dela rapidamente e vesti-me, afastando-me rapidamente dela

Chorei ainda mais quando ele continuou, prendendo-me os braços. Eu não podia fazer nada. Não conseguia afastá-lo.
De repente, ele saiu de cima de mim e eu rolei rapidamente, pegando na minha roupa interior que era a única coisa que se safava no meio daquele monte de roupa rasgada; corri para dentro de casa enquanto a vestia atabalhoadamente. Peguei em Olive ao colo, dirigi-me ao quarto e tranquei-me lá com ela, deixando a chave na fechadura para ele não conseguir abrir. Tranquei também a porta da varanda e peguei em todas as minhas malas, começando a atirar tudo o que me pertencia lá para dentro, vendo tudo desfocado devido às lágrimas que escorriam pela minha cara.
Depois de tudo estar colocado dentro das malas, empilhei-as. Conseguia levá-las sozinha, graças a Deus, mas Olive teria que ir no chão. Procurei a trela dela e coloquei-lha. Peguei nas malas e olhei Olive, que me olhava muito atentamente e com os dentes de fora.
- Se ele tentar impedir, rosna-lhe. - disse, com a voz abafada, dirigindo-me à porta do quarto e encostando-me à mesma.

Fiquei alguns minutos completamente petrificado após o que tinha acontecido. De súbito comecei então a andar, correndo para dentro de casa. Procurei-a por todas as divisões, batendo à porta do quarto quando. Percebi que estava lá a fazer alguma coisa. Ao ver que não me abriu a porta, afastei-me, indo para outra divisão. Ouvi-a depois a ir na direcção da saída e fui atrás dela - Di, onde vais? Di, não saias! - Pedi num tom alto, indo atrás dela rapidamente

Respirei fundo e destranquei a porta, abrindo a mesma. Olive começou logo a ladrar em direção a Christian, mas desta vez não era um ladrar meigo nem para brincadeiras.
Sem o olhar, peguei nas malas novamente e saí, passando por ele, descendo as escadas e entrando na garagem. Coloquei as malas no meu carro e entrei, colocando Olive no banco. Tranquei as portas com medo e saí da garagem, abrindo-a com o comando. Depois de abri-lo e sair, abri o principal e saí; peguei nas chaves e no comando e, furiosa, mandei-os para dentro da sua caixa de correio.
Olhei uma última vez para a casa e arranquei para a minha. Quando lá cheguei, deixei Olive percorrer a casa e estacionei o carro. Tranquei tudo e chamei um táxi, pegando numa única mala pequena que tinha os meus equipamentos tecnológicos.
Depois do táxi chegar, fui para o aeroporto com Olive na sua casinha. Comprei um bilhete e assim que o meu voo foi anunciado, quase corri para o avião.
Pouco tempo depois ia em direção a LA.

Eu bem tentei ir atrás dela e impedi-la, mas não consegui. Quando a vi afastar-se, quando realmente a vi a ir-se embora, virei-me para a parede e apeteceu-me bater-lhe. Dei-lhe murros, bati com a cabeça na parede, dei pontapés... Ah, eu estava furioso. Não com ela, mas comigo. Como é que eu fui capaz de lhe fazer aquilo? Eu só estou a ter noção do monstro que sou agora. Respirei fundo e tentei acalmar-me mas era impossível. Fui ao quarto e vi que tinha levado tudo. Oh Christian, só fazes merda. Para onde terá ido? Eu ainda fui a casa dela no dia seguinte, mas ela não estava lá. Liguei para um amigo meu que trabalhava no aeroporto, a pedir informações. Assim que me disse que ela tinha partido para Los Angeles, não me demorei em fazer as malas e partir para esse mesmo local.