Pacific Breeze Dr

Estou exausto de tanto trabalho e tanta reunião. Preciso de um momento para mim, antes que dê em doido. Saí do meu escritório e de seguida de casa, caminhando pela rua, calmamente. Avistei uma rapariga, que vinha na minha direcção. Abrandei o passo e observei-a atentamente. Franzi o sobrolho e sorri. Era perfeita para eu descontrair, para dar umas pancadas, talvez.

Olhei-a de forma sombria e recompus-me rapidamente - Não faz mal, Miss...? - fiz mais ou menos uma careta, olhando-a enquanto esperada que me dissesse o seu apelido. Aproveitei para observar o seu rosto. Era realmente bonita. Pele imaculada, ligeiramente bronzeada, olhos quase negros e cabelos castanhos. Sem lhe sorrir de volta, voltei ao meu ar informal, varrendo os meus pensamentos sobre ela.

- Salvatore, Damon Salvatore. Está perdida, ou anda apenas a vaguear pelas ruas? Olhe que por veses à noite torna-se perigoso andar por aí sozinha, especialmente uma bela rapariga como você. -afirmei, passando uma das mãos pelo cabelo, ajeitando-o. Ela tinha um sorriso muito bonito, e era natural, muito natural.

Os meus olhos estavam cintilantes e carregados de luxuria. Ela poderia ser perfeita para aquilo que pretendo. Os meus lábios começavam a curvar-se para um sorriso enquanto os meus pensamentos eram levados para coisas impróprias, mas rapidamente me impus e o sorriso desvaneceu. O olhar sério e formal voltou a tomar o seu lugar, e então respondi - Vim tentar distrair-me um pouco. Tem sido um longo dia, trabalhar bastante, muitas reuniões. - Encolhi os ombros e suspirei.

- Quer ir tomar uma bebida? - Questionei educadamente, estendo a mão, num gesto como que a dar-lhe passagem. Ela aí de certo que vê que não possuo qualquer tipo de aliança. Era engraçado o facto de todas as milheres pensarem que sou comprometido por ser tão bem sucedido, charmoso e atraente. Esperei pela sua resposta ainda de mão esticada, mas não para ela me dar a mão. Todo eu era formalidades para com ela.

Fiz um ligeiro sorriso de canto, voltando a caminhar agora do seu lado. Olhei sempre em frente e coloquei as mãos nos bolsos. Para quebrar o silêncio e na tentativa de aligeirar o ambiente até a um bar, comecei por elogiá-la. Não porque sim ou por aquilo que gostaria de ter com ela, mas por ser simplesmente uma mera verdade - Deixe-me desde já dizer-lhe, Miss Cornish, que tem um sorriso maravilhoso. - Disse, não muito alto, olhando-a pelo canto do olho.

- Não tem motivos para corar ou ficar envergonhada, Miss Cornish. O que eu disse é apenas uma mera verdade. - respondo logo num tom obscuramente frio, sem vestígios de sorriso ou algum humor positivo. Sempre fui assim, bastante formal com tudo e todos, e é difícil de arrancar o meu lado divertido.

As raparigas costumam ser todas assim. Raramente se acham bonitas. E depois quando alguém lhes faz um elogio, mas duas uma: ou negam o elogio, ou então ficam todas envergonhadas e embasbacadas. Este era o seu caso, e na verdade até me agrada que o seja. Gosto de produzir esse efeito nelas, de as fazer corar. - Hmm, estou a ver. Mas eu só disse aquilo que vi, apenas disse uma mera verdade. Se não fosse bonito, não dizia que era bonito. - voltei a falar num tom sério e formal. Fiquei pensativo, a ver qual seria o sítio indicado para a levar

Franzi de imediato o sobrolho. Uma questão pelo qual eu não estava nada à espera, de facto. - Isso é uma boa questão, Miss Cornish. Há quem me chame bonito e atraente. Eu apenas acho que sou um homem normal, e felizmente bem sucedido nos meus negócios, nada mais. - Retorqui de imediato, com um encolher de ombros. Voltei a olhá-la enquanto caminhávamos pela rua.

Mas disse que se nao fosse bonito nao dizia que era, logo é porque se acha bonito - conclui rindo de forma discreta. - entao e onde é que vamos? - questionei.

- Bem visto, Miss Cornish. Não me considero lindo nem feio, por isso "bonito" parece-me ser a palavra adequada. Bem, vamos a um bar, não é muito longe. - respondi-lhe, voltando a olhar em frente, para me situar no caminho. Respirei fundo e voltei a recompor a minha postura formal e profissional, olhando apenas o que estava diante de mim, e não a bela jovem que me acompanhava

Mas eu agora vim para uma entrevista sem sequer saber ou quê? Não gosto de revelar nada do meu passado em concreto, e não será agora que o vá começar a fazer. Suspirei pesadamente e lá lhe respondi - Não. - Respondi de uma forma nua e crua, sem a olhar. Para não ficarmos num ambiente constrangedor, perguntei algo. - E você?